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Seletividade e recusa alimentar


Esqueça todos aqueles clichês que te ensinaram sobre como fazer a criança comer:

´ Deixar a criança com fome: criança seletiva não come, então não adianta deixar ela com fome.

´ Substituir: é um caminho sem volta, se você fizer uma vez, ela vai saber que das próximas vezes pode recusar aquele alimento porque vai ter outra opção que ela gosta mais para comer.

´ Oferecer todo dia o mesmo alimento: já que ela come bem macarrão, vamos comer todos os dias. Isso só vai piorar e deixar a criança mais seletiva. Ela só vai querer comer macarrão.


Existem vários motivos para uma criança recusar alimento. A recusa e seletividade alimentar infantil pode ocorrer devido a comportamentos mais complexos por conta de características familiares, ou fatores médicos, psicológicos, casos vividos pela criança no início da vida. Então, a introdução de novos alimentos durante o desenvolvimento alimentar, exige dedicação dos responsáveis para não criar maus costumes, afetando a saúde da criança.

Hábitos alimentares fazem partes das etapas de crescimento. Então o ambiente durante a refeição pode ajudar de forma positiva ou negativa nessas etapas. As refeições devem se tornar atrativas ao olhar curioso da criança, como alimentos variados, com vários formatos e cores.

É fato que durante as refeições a criança ao recusar o alimento chore, faça birra e isso acabe gerando brigas e chateações. O medo a introdução de novos tipos de alimento, com diferentes consistências, pode gerar atraso no desenvolvimento alimentar, e consequentemente alterações na fala e desenvolvimento dos ossos e músculos da face.

O primeiro passo é manter a calma e entender que, com paciência, essa fase vai passar. Não demonstre ansiedade e expectativa durante a refeição da criança. Faça com que as refeições sejam um momento tranquilo e agradável, sem pressionar a criança. Alguns dias serão melhores que outros, mas ansiedade não ajuda nunca.


Alguns passos que ajudam na melhora da recusa alimentar:

· Estabeleça uma rotina.

Crie um horário no dia em que o lanche será servido. Faça com que seu filho tenha horário para tomar o café da manhã, comer o almoço e o jantar. Manter horários regulares para as refeições fará com que seu filho coma apenas quando a comida está disponível.


· Diminuir o estresse e as brigas durante as refeições.

Devem ser evitadas discussões ou cobranças no momento da alimentação, deixando a criança livre para escolher e quantificar o que vai comer. Todos devem prezar por um bom ambiente de refeições, seguindo conceitos como o mindful eating, que descarta o uso de eletrônicos à mesa e defende uma ligação maior com a comida. O ideal seria, que todos da família pudessem realizar juntos as refeições. A alimentação da criança deve ser a mesma dos outros moradores da casa.


· Não coloque rótulo no seu filho.

Os pais têm costume de rotular a criança e depois a criança assimila aquilo como uma verdade e acredita. Assim, evite frases como estas: “Meu filho não come nada.”


· Prepare a refeição com o seu filho.

Peça a ajuda do seu filho na hora de preparar a refeição. Ele pode gostar de amassar a batata para fazer o purê, colocar as frutas no liquidificador para fazer o suco, acender a luz do forno, misturar o molho na salada, etc. Quanto mais o seu filho tiver contato com os diferentes alimentos, menos estranho será para ele experimentá-los.

Combinar com a criança a introdução pontual de cada novo alimento ou forma de preparo, ressaltando as características similares entre alguns alimentos que a criança aceita e outros novos, para encorajá-la a experimentá-los, como por exemplo: abóbora tem a mesma cor da cenoura, o gosto da couve é parecido com espinafre...

Os alimentos devem ficar separados no prato, sem misturar, deixar a criança explorar o alimento, cheirá-lo e tocá-lo.


· Exponha os alimentos para a criança.

O pequeno precisa conhecer o alimento para experimentar e ele vai conhecer melhor através de atividades lúdicas, como no supermercado, em desenhos, nos brinquedos e livros. Não é porque ele recusou beterraba uma vez que você nunca mais vai oferecer beterraba. Se ela não vê o alimento no dia a dia, ela não vai comer, tem que apresentar de outra forma.

Um alimento novo deverá ser oferecido pelo menos 8 a 10 vezes para dizer que não gosta. Não levar em conta algumas caretas, pois são expressões das sensações. Não quer dizer que não gostou, pode ser apenas, que seja diferente. Não desistir de servir novos alimentos para a criança, mas sempre colocar no prato pelo menos 1 alimento que ela goste e come naturalmente, que pode ter sido escolhido por ela.

Oferecer o mesmo alimento variando a forma de preparação, apresentação e textura. Por exemplo: oferecer batata assada, batata cozida em rodelas ou em pedaços regada com azeite, não exatamente o mesmo que purê de batata.

Quando a criança não gostar de um alimento, poderá utilizá-lo no preparo de algo que gosta. Exemplo: se a criança gosta de panqueca, deve-se cozinhar a massa com espinafre, colocar pouco espinafre no início e ir aumentando gradativamente.


· Seja exemplo.

Seu filho não vai comer frutas se você não come. Ela tem que ver a família comendo também, isso transmite segurança. E tem mais, os filhos imitam muito os pais em várias coisas, entre elas, na alimentação.




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